Nascimento: 1596, Amsterdam
Falecimento: 1644, Recife
Militar, escritor e administrador
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Elias Herckmans foi um militar, escritor e administrador neerlandês que atuou no Brasil holandês entre 1635 e 1644. Nasceu em Amsterdam, no ano de 1596, mas pouco se conhece sobre os seus primeiros anos. Ainda jovem, Herckmans estudou História e Latim, antes de começar sua carreira profissional na Rússia, para a empresa De Vogelaer. Gaspar Barleus, amigo de Elias Herckmans, o descreveu em 1647 como um “homem que, além de muitas virtudes, era dotado de engenho agudo e dado ao cutivo de poesia holandesa. Demais, calejado nos lances da navegação, marítimo experimentado, demonstrava inquebrantável fidelidade aos seus senhores e indefessa operosidade” (Barleus, 1974: 76).
Os estudos biográficos sobre Elias Herckmans e a sua produção intelectual datam do fim do século XIX. O primeiro a lhe dedicar um artigo foi Jacob Adolf Worp, historiador da literatura holandesa, que publicou em 1893 uma breve trajetória do referido personagem, com enfoque na sua produção literária (Worp, 1893: 162).
Coube a José Hygino Duarte Pereira e Alfredo de Carvalho inserir Elias Herckmans na historiografia do Brasil holandês. O segundo difiniu-o como um poeta-aventureiro (Carvalho, 1930: 97). Eduardo Tourinho fez, em 1958, um breve artigo sobre Herckmans, fundamentando-se nos estudos de Hygino e Alfredo de Carvalho (Tourinho, 1958: 11). Recentemente, em 2012, a atuação de Herckmans no Brasil holandês foi recuperada pelo historiador Britt Dams (Dams, 2010: 19).
Antes de vir para o Brasil holandês, Herckmans se eventurou no mundo das letras e foi poeta de algum merecimento, segundo seus contemporâneos. Seu primeiro poema impresso data de 1624, ano que Companhia das Índias Ocidentais (WIC) conquistou Salvador, intitulado Slach van Vlaenderen gheschiedt tusschen den prince van Oranien.
A obra mais reconhecida de Elias Herckmans Der zee-vaert lof (Elogio às viagens marítimas) seria publicada, dez anos depois, em 1634. Sobrepõe-se a qualidade artística à literária. Der zee-vaert lof contém uma esplêndida gravura alegórica de Netuno e seus cavalos no frontispício e 18 gravuras requintadas ilustrando o texto, sendo uma de autoria do célebre pintor e gravador Rembrandt van Rijn (1606-1669) e as outras 17, junto com o frontispício, feitas por Willem Basse. O impresso é reconhecido, assim, por trazer uma das poucas gravuras que Rembrand fez para livros, em um das “primeiras impressões”, conforme observado por Hollstein. As ilustrações de Willem Basse também merecem elogios, embora ofuscadas pela única de Rembrandt, que recebeu o título de La Fortune Adverse.
Para além das gravuras, Der zee-vaert lof também é interessante. As preliminares contêm apresentam poemas curtos adicionais e uma nota de 6 páginas ao leitor pelo autor, bem como versos elogiosos de Barlaeus, Marcus Zverius Boxhornius, Jacobus Revius, P. Scriverius, C. Lov e S. V. Swol. O principal poema se estende por seis livros ou cantos, em homenagem às viagens marítimas desde os tempos bíblicos de Noé ao ano de 1632, em ordem cronológica, com extensas anotações marginais. O primeiro livro se encerra no Artaxerxes, rei dos medas. O segundo livro contempla as navegações no período clássico, de Alexandre, o Grande, até Júlio César, e o terceiro de Augusto a Maomé II. O quarto livro narra a navegação no período da expansão europeia, incluindo as viagens de Cristóvão Colombo (Herckmans, 1634: 157), Américo Vespúcio (Herckamns, 1634: 161), Vasco da Gama, Sir Francis Drake e outros exploradores que se aventuraram ao Oriente, Ocidente e Ártico, chegando até o ano de 1588. O quinto livro relata as ações dos almirantes neerlandeses nas Índias Ocidentais e Orientais, incluindo a conquista de Salvador em 1624. O sexto livro descreve a vida cotidiana dos marinheiros. É seguido por um poema curto de 9 páginas (Herckmans, 1634: 226-235) em homenagem às viagens de navio nos rios holandeses, Rhyn en Mase Schipvaerts Lof, seguido de um poema datado de 1633, em uma página, em homenagem a Cornelis Jansz de Haen (1580 – 19 de abril de 1633).
O canto V de Der zee-vaert lof foi reimpresso por iniciativa de Isaac Buchoorn em 1641, enquanto Herckmans estava no Brasil, sob o novo título de Theatrum victoriæ, ofte het thooneel der zee-slagen, uyt-beeldende alle de (Teatro das Vitórias das Batalhas Navais). Alfredo de Carvalho chama a atenção que nesta edição Buchoorn “acrescento-lhe uma introdução em prosa e omitiu cerca de uma centena de versos no final”.
O último texto impresso de Herckmans antes da sua partirda para o Brasil foi o Encomium calvitii ofte Lof der kael-koppen, dedicado ao Constantijn Huygens (1596-1687).
Herckmans chegou ao Recife em 23 de dezembro de 1635, conforme registro em uma das dagelijkse notulen (nótulas diárias) do Supremo Conselho do Recife. De acordo com o documento “Logo após o final da tarde chegou aqui o navio De Holandsche Tuijn (O Jardim Holandês), de Amsterdam, do capitão Cornelis Dirckse, trazendo o nobre senhor Elias Herckmans, nomeado pelo Conselho XIX como representante político da Câmara de Amsterdã e nesta qualidade se juntou à nós”.[1]
Após três dias de descanso, possivelmente fazendo o reconhecimento das particularidades do Recife, Herckmans participou, a 27 de dezembro, da sua primeira reunião no Conselho Político, tomando assento em outra realizada a 3 de janeiro de 1636. [2]Herckmans logo foi enviado na sua primeira missão em campo. Ele chegou ao Brasil holandês ao tempo em que a Guerra de Resistência (1630-1637) empreendida pelo Exército de Pernambuco, ainda chefiado pelo inepto D. Luís de Rojas y Borja, estava em pleno andamento nas capitanias do Norte. A resistência havia sido deslocada do Arraial Velho do Bom Jesus para o sul, em direção a Porto Calvo, no atual território de Alagoas.
No dia 7 de janeiro, Elias Herckmans e Willem Schott seguiram em direção ao sul[3], alcançando o Cabo de Santo Agostinho no dia seguinte, de onde expediram ordem para que o capitão Maulpas estacionasse sua companhia, com 100 homens da Paraíba e 150 indígenas, em Ipojuca e Salgados. [4] Schott retornou para o Recife, mas Herckmans seguiu para Barra Grande, já no litoral de Alagoas, ficando sob o comando de Sigsmund von Schoppe.[5] O objetivo da sua missão era de natureza administrativa, dando suporte logístico ao estabelecimento de um posto avançado capaz de enfrentar as forças luso-espanholas que buscavam se fortificar em Porto Calvo. No dia 15 de janeiro, de acordo com Duarte de Albuquerque Coelho, “alojamo-nos na mesma povoação de Porto Calvo” (Coelho, 1981: 280).
A resposta neerlandesa foi imediata. Ainda segundo as Memórias Diárias da Guerra do Brasil (1654), no dia 16 de janeiro, “o inimigo desembarcava gente da parte da Barra Grande e era a da comitiva de Segismundo [von Schoppe]” (Albuquerque, xxxx: 280). Havia o temor de que Cristóvão Arciszewski marchasse com 1500 soldados da sua fortificação em Paripueira, à treze léguas de Barra Grande, juntando forças com o contingente de von Schoppe. Na batalha, que teve lugar no dia 18, os neerlandeses não obtiveram a vitória esperada, mas conseguiram matar, em meio ao combate, o general D. Luiz de Rojas y Borja, cabendo, a partir daí, o comando das forças luso-espanholas ao Conde de Bagnuoli (Coelho, 1981: 284).
O apoio militar enviado pela WIC não foi despachado em tempo hábil, zarpando do Recife no dia 19. De acordo com as notas diárias, “Hoje de manhã partiram do ancoradouro os navios Salamander, Walcheren, Het Wapen van Medemblick, De Faem, Overijssel, Ter Toolen, Goeree para que, de acordo com a resolução tomada no dia 17 desse mês, partissem em direção de Paripueira”. O plano consistia em ali encontrar as forças de Arciszewski para, caso ele concordasse, transportar “o exército para Barra Grande onde os Nobres Senhores o Governador [Schoppe] e Herckmans se encontram, de modo que a partir do momento em que eles se juntarem, poderão fazer uma oposição mais forte para resistir os ataques inimigos”.[6] No dia 20, os navios De Haes e De Winthond van Hoorn deixaram o Recife em direção à Barra Grande levando material para a construção de dois fornos, junto com “uma missiva para o Senhor Governador e o Senhor Herckmans, na qual nós apresentamos o relatório feito pelo Senhor Carpentier, relacionado à sua instrução sobre a contratação de Tapuias”. [7] Infelizmente não conhecemos o conteúdo desse relatório, mas era tarde demais para os neerlandeses. Porto Calvo estava sob o comando de Bagnuoli.
O pequeno forte de Barra Grande já não era seguro e se mostrou incapaz de sustentar aquela posição. Nos primeiros dias de fevereiro, sofreu dois ataques a partir de Porto Calvo. [8] No dia 12 daquele mês, chegou de Barra Grande a galeota De Duijff (O Pombo), a bordo da qual veio o Nobre Elias Herckmans, relatando que o Governador ja havia resolvido que o forte de Barra Grande seria demolido”.[9] O batismo de fogo de Elias Herckmans, após pouco mais de um mês no litoral de Alagoas, resultou em um fiasco para a Companhia das Índias. A bem da verdade, a culpa foi da morosidade da própria WIC em despachar os socorros militares necessários.
De volta ao Recife, Herckmans cuidou de melhorar as fortificações da cidade. A 7 de março, ao lado do Presidente Wijntjes e do Major Bayart, fez uma vistoria no Forte dos Afogados, buscando acordo com um empreiteiro que o reformasse.[10] A 20 de março foi designado para interrogar oito capitães de embarcações neerlandesas que sofreram uma derrota naval contra dois galeões e um patacho espanhol nas águas da Bahia, para “descobrimos quem tinha falhado”.[11] Entre esses navios estava o Salamander, que com o próprio Herckmans voltaria para as águas da Bahia quatro anos depois.
A 12 de maio, Herckmans presidiu pela primeira vez o Conselho Político.[12] A 6 de outubro de 1636, o Conselho Político enviou Elias Herckmans e Ippo Eissens para cuidar da administração de Itamaracá. Seguiriam para Igarassu para capturar escravos rebeldes que pertenciam da WIC, mas eles foram levados pelos padres para o sul de Pernambuco. Partiram de Igarassu para Goiana, e a 7 de outubro, partindo de Goiana, Elias Herckmans e Ippo Eissens chegaram à Várzea do Capibaribe.
Enquanto diretor da Companhia das Índias Ocidentais, governou a capitania da Paraíba de 1636 a 1639. Deixou manuscrito um relatório sobre seu período de governo na Paraíba, de grande valor histórico e etnográfico, publicado pela primeira vez em Utrecht em 1879 (Herckmans, 1879: 318). José Hygino Duarte Pereira traduziu-lhe com o título de Descripção geral da Capitania da Parahyba, publicando-o na Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco em 1886, ganhando novas edições ao longo século seguinte (Herckmans, 1886: 239). Foi esse texto que consolidou a importância de Elias Herckmans entre os estudiosos brasileiros, em diversos campos das Ciências Humanas. Para os arqueólogos, por exemplo, Herckmans é importante por trazer o segundo registro conhecido da Pedra de Ingá, “itacoatiara” localizada no território sob sua jurisdição.
Durante o período em que governou a partir de Fredrikstad, capital da Paraíba, Herckmans residiu no convento dos franciscanos. Atuou nas esferas civil e militar. Foi o responsável por instruir os escabinos neerlandeses e portugueses no direito civil e criminal vigente nos Países Baixos (Mello, 1985: 51).
Elias Herckmans foi o único membro do Conselho Político que adquiriu um partido de cana-de-açúcar e permaneceu exercendo sua função para a Companhia, tornando-se lavrador no Engenho Tiberi-Santiago, de Jorge Homem Pinto.
Em 1640, fez parte da expedição militar comandada pelo almirante Lichthart para o Recôncavo Baiano. Essa expedição foi enviada “em represália aos incêndios causados nos canaviais e engenhos de Pernambuco pelos campanhistas que foram enviados pelo conde da Torre” (Mello, 1985: 55). Adiante, os detalhes dessa operação militar na Baía de Todos os Santos, de que o próprio Herckmans é o cronista, serão analisados.
Elias Herckmans, após retornar da Bahia, no segundo semestre de 1640, segundo José Antonio Gonsalves de Mello, não estava satisfeito com a falta de reconhecimento que seus superiores na Companhia das Índias demonstravam pelos cinco anos dos seus serviços no Brasil holandês. Esperava, por causa disso, obter um cargo no Alto e Supremo Conselho, pois naquele mesmo ano novos conselheiros secretos assumiriam funções na instituição. Adrian van Bullestrate e Dirck Codde van der Burgh, contudo, assumiram os cargos no Alto e Supremo Conselho, frustrando os planos de Herckmans.
Naquele mesmo ano, Herckmans foi designado para a direção da região que ficava entre Igarassu e Goiana, apesar das queixas assumiu imediatamente o cargo. “Seria oportuno lembrar que Herckmans assim como os demais conselheiros eram funcionários subalternos ao governador Nassau e ao Alto e S. Conselho e, de acordo com as Instruções de 1636, deveriam atender às suas ordens e exercer as funções designadas por ambos”. (Marques, 2018: 84).
Em 1642, Elias Herckmans fora escolhido para participar da expedição militar no Chile, onde seria responsável pelo seu governo, sendo vice-almirante da esquadra e capitão do navio Vlissingen. Foi determinado que a expedição neerlandesa seguisse para a capitania espanhola com o intuito localizar minas de ouro, estabelecer uma colônia em Valdívia, explorar a ilha de Santa Maria e fazer uma aliança com os indígenas.
Sob o comando do diretor da Câmara de Amsterdã, Hendrik Brouwer, cinco naus, com 360 soldados armados em três companhias, zarparam do Recife em 15 de janeiro de 1643, alcançando o porto da ilha de Chiloé, no litoral sul do Chile, no dia 1 de maio do referido ano (Barleus, 1974: 286). Ali, os neerlandeses capturaram uma das fortalezas, que, após a batalha, contava sessenta sobreviventes espanhóis aprisionados, sumariamente executados por ordem de Brouwer. Em seguida, os neerlandeses ocupara o povado de Castro, já abandonado pelos seus habitantes.
Em Castro, Brouwer adoeceu e dois meses depois faleceu. Segundo Barleus, “Por prescrição secreta da Companhia, a qual então se patenteou, sucedeu-lhe no mesmo posto Elias Herckmans, varão prudente e grave, diligente administrador da Compahia Ocidental, membro do Conselho da Justiça, Governador da Paraíba e célebre por mais de uma expedição marítima” (Barleus, 1974: 289). Sob o comando de Herckmans, a expedição militar neerlandesa ao Chile começou a fracassar.
Barleus personaliza o fracasso neerlandês atribuindo-o à Herckmans, “dotado de sentimentos mais brandos e moderados do que Brouwer, infenso a uma precipitada ferocidade contra o inimigo (…) assumiu o comando com rédeas mais frouxas” (Barleus, 1974: 289). Decerto, Herckmans, embora tendo sucesso na aproximação inicial com os índios mapuches de Valdívia, mostrou-se inábil ao deixá-los perceber a verdadeira intenção dos neerlandeses na busca por metais preciosos, mostrando-se também pouco enérgico com os próprios comandados, que teriam tentado iniciar um motim (Barleus, 1974: 291).
Os navios da expedição neerlandesa ao Chile retornaram, alcançando o Porto do Recife em 28 de dezembro de 1643. Barleus emprestou significativa importância à expedição neerlandesa ao Chile, mantendo a contumaz parcialidade no que trata de Maurício de Nassau (Barleus, 1974: 293). Sobre o retorno da frota diz que Herckmans “deu ao Conde a razão da sua volta a míngua de mantimentos, a longa e dúbia expectação da próxima colheita, as promessas vãs dos chilenos de oferecer vitualhas, as murmurações dos soldados sobre a ração diária da comida, suas ameaças e deserções”. Além disso, Herckmans também indicou com uma das razões para seu retorno “a cavalaria e a infantaria dos espanhóis, que marchavam contra ele, e aos quais não era igual com poucos soldados” (Barleus, 1974: 293). Bruno Miranda constata, com razão, que Barleus “omitiu que com a falta de alimentos teria sido impossível para Herckmans ou para qualquer outro comandante, por mais disciplinador que fosse, impedir tais reações” (Miranda, 2014: 367).
Ainda no que toca às razões apresentadas por Herckmans para justificar o reftorno inesperado da frota, Barleus registrou que “nem todos receberam estas razões com o mesmo ânimo” (Barleus, 1974: 293). Por fim, “enquanto divergiam as opiniões, Herckmans adoecendo, atalhou com a morte os juízos alheios, e findou o curso da vida e do destino” (Barleus, 1974: 293). Elias Herckmans faleceu no Recife, a 8 de janeiro de 1644, cerca de dez dias após voltar ao Brasil holandês.
É possível, não obstante, que o principal legado intelectual de Elias Herckmans resida no campo linguístico. É a ele atribuido coligir o vocabulário mapuche dos índios chilenos durante a expedição ao Chile, que Barleus imprimiu no Rerum per Octennium in Brasilia em 1647 e Johanes de Laet inseriu no apêndice da obra de Willem Piso e Georg Makgraf em 1648 (Barleus, 1974: 293). A atribuição de autoria foi confirmada por Rodolfo R. Schuller (1873-1932) na edição de 1907 de El vocabulario araucano de 1642-1643. Coube a Schuller reeditar e anotar o “mui poco conocido glosario mapuche, atribuido al jeneral holandes don Elias Herckmans, el cual, aceptado esto, es autor del segundo documento imprenso sobre la lengua de los indios chilenos de que se tiene positivo conocimiento (…)”, sendo o primeiro a Arte y Grammatica geral de la lengua que corre en todo el Reyno de Chile (1606), do padre Luis de Valdivia, impressa em Lima.
É possível que Barleus, tenha recebido os papéis deixados por Elias Herckmans, após sua morte, por via de Maurício de Nassau. Isso inclui uma carta de Herckmans endereçada ao próprio Nassau e ao Supremo Conselho, também publicada por Barleus, e outra destinada ao seu amigo Constantijn Huygens (Barleus, 1974: 294). O Vocabulário pode ter sido entregue junto com os papéis oficiais. É certo que o Vocabulário suspostamente recolhido por Herckmans e impresso primitivamente por Barleus em 1647 e Laet em 1648, seria reeditado por outros autores do século XVII, à exemplo de Olivier Dapper (1671).
[1] Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP). Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 23 de dezembro de 1635.
[2] IAHGP, DN -27 de dezembro de 1635 e 03 de janeiro de 1636.
[3] IAHGP, DN -19 de janeiro de 1636.
[4] IAHGP, DN -17 de janeiro de 1636.
[5] IAHGP, DN -19 de janeiro de 1636.
[6] IAHGP, DN -19 de janeiro de 1636.
[7] IAHGP, DN -20 de janeiro de 1636.
[8] IAHGP, DN – 04 de fevereiro de 1636.
[9] IAHGP, DN – 12 de fevereiro de 1636.
[10] IAHGP, DN – 7 de março de 1636.
[11] IAHGP, DN – 20 de março de 1636.
[12] IAHGP, DN – 12 de maio de 1636.
FONTES
AHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 23 de dezembro de 1635.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 27 de dezembro de 1635.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 03 de janeiro de 1636.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 17 de janeiro de 1636.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 19 de janeiro de 1636.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 20 de janeiro de 1636.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 04 de fevereiro de 1636.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 12 de fevereiro de 1636.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 7 de março de 1636.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 20 de março de 1636.
IAHGP, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Coleção Dagelijkse Notulen (DN), 12 de maio de 1636.
BIBLIOGRAFIA
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Pablo Magalhães (Universidade Federal do Oeste da Bahia)